5.12.05

Nova velharia - das boas

Street Stripper - The Droogies
www.tramavirtual.com.br/the_droogies


A regra a ser observada nesse começo de milênio, acima de tudo no rock, é que tudo vai voltar. Pós punk, no wave, shoegazer, tex mex, todos têm seus espaços, todos têm seu público, seus representantes. Ninguém mais vai numa “onda”, não existe mais a “música da moda”. E assim, surgem totalmente estranhas no contexto brasileiro, bandas que fazem mod como se fosse na Swingin’ London, ou então psicodelia com marca Haight-Ashbury, ano 67. O Droogies é uma banda dessa estirpe, que soa como os melhores revivalistas de uma matriz punk/hard rock, caçando influências que há vinte anos pareceriam díspares, mas que hoje podemos enxergar como irmãs.

Street Stripper, seu EP de estréia, é um pé na porta, um direto no estômago, com a violência de Alex De Large que batiza o grupo. As bebedeiras, o sexo desperdiçado, as ruas sujas, tudo emoldurado em refrões para se cantar em coro, de preferência acompanhados de cerveja ou outro álcool barato. As influências são claras, estão na cara: os Lipstic Traces do New York Dolls no projeto gráfico são um boa pista por onde se começar. Solos querendo ser velhos, assim como os do Hellacopters, pianos que remontam Jerry Lee Lewis com fúria urbana, bateria que remonta os primeiros tempos do Clash. Ao mesmo tempo, seguem um caminho que é apenas deles, como por exemplo na faixa-título, que cresce, desce, pára, sustentada por um órgão cavernoso, ou então na inconsciente levada country de “Strangers”.

Os Droogies parecem ter voltado no tempo e retomado as coisas um momento antes do Hanoi Rocks e o Def Leppard terem sugerido a sua versão para o hard rock dali para adiante. É certo que o hard e o punk tiveram muitas influências em comum, porém se tivéssemos ouvido o sr. Lemmy Kilminster ao invés dos gritos afetados do Mötley Crüe, os anos oitenta teriam muito menos farofa, e soariam muito mais como os Droogies. É como dizem na primeira música do EP, ganchuda e cheia de bons truques de arena: Look out, find out. Até porque nem só de Forgotten Boys deveriam viver essas meninas com cintos de tachinha.

Um comentário:

Helô Coltro disse...

e a gente grita: LOOK OUT, FIND OUT!! qdo será que rola o próximo show!?